Sua oportunidade de conhecer o Volteio equestre está na Sociedade Hípica de Campinas. Neste domingo (26/11), com início às 10h no picadeiro coberto, acontece o CBH Open de Volteio - Etapa II que, entre participantes individuais e equipes deve reunir cerca de 50 atletas. Será um evento que o deixará impressionado com o nível de coordenação e controle dos atletas, que estarão em cima de um cavalo em movimento fazendo diversas acrobacias.
Às 10h, outra modalidade que atrai apaixonados por cavalos acontece na pista de grama. Trata-se da 4ª Etapa do Ranking CBH de Atrelagem, que encerra a disputa que indicará os melhores do ano na modalidade.
O manejo do cavalo e a arte de montar ou voltear sempre tiveram em sua essência uma função educativa. Segundo pesquisadores, já no ano 400 a.C. havia literatura sobre a arte de montar, o que aponta um grande estímulo à disciplina deste esporte. Os textos descobertos são de Xenofonte (430 a.C.-355 a.C.), historiador, filósofo e general grego e um dos discípulos de Sócrates, que escreveu inúmeros tratados práticos sobre equitação.
Apesar do crescimento do número de atletas nos últimos anos, Volteio ainda é modalidade hípica pouco conhecida dos brasileiros, mesmo entre os praticantes de esportes equestres.
Volteio Artístico é uma modalidade equestre definida como ginástica sobre um cavalo em movimento. Durante a Idade Média, foi utilizada no treinamento militar, como forma de desenvolver o equilíbrio de cavaleiros, que em combate utilizavam as duas mãos para carregar escudo e espada. Provas de volteio foram disputadas nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920, mas, assim como a grande maioria das modalidades equestres, com exceção de Adestramento e Salto, o volteio já não faz parte dos Jogos Olímpicos por questão de custos.
Os esportes equestres têm seus próprios jogos, chamados Jogos Equestres Mundiais, realizados a cada 4 anos. Os JEM ou WEG são considerados os mais importantes eventos do esporte e contam com participantes do mundo inteiro. Além disso, também de 4 em 4 anos acontecem os Campeonatos Mundiais de Volteio, também muito importantes.
Modalidade regulamentada
Seu regulamento tem o objetivo de unificar critérios para desenvolver a prática do Volteio em todo país, fornecendo base para desenvolver a modalidade nos estados que ainda não estejam em nível de competição. Tal regulamento pode ser alterado anualmente pela CBH - Confederação Brasileira de Hipismo, considerando as contribuições e sugestões recebidas dos Delegados Técnicos, Grupo Latino Americano de Volteio e as alterações no regulamento da FEI - Federação Equestre Internacional. As regras que estarão presentes no evento deste domingo entraram em vigor em janeiro desse ano.
Como modalidade esportiva regulamentada originalmente pela FEI (Fédération Equestre Internacionale), Volteio chegou ao Brasil em 1980. Basicamente, o esporte consiste na execução de acrobacias sobre o lombo de um cavalo a galope em uma arena circular. As apresentações têm música de fundo e cada atleta (que utiliza a seu favor o próprio impulso para subir no animal) deve mostrar sincronia, integração, equilíbrio e espírito de equipe.
O esporte pode ser disputado individualmente, em duplas (Pas-de-Deux) ou em equipe. Os volteadores, como são chamados os atletas da modalidade, devem executar diferentes figuras enquanto o Lunger (ou Longeur) – geralmente o treinador – permanece no centro da pista conduzindo o animal em torno do círculo de 15 metros de diâmetro.
Uma equipe deve ser composta por até seis volteadores e, durante a apresentação, podem subir no animal por vez no máximo três atletas. Os movimentos devem ser realizados apenas em cima do cavalo e as notas são aplicadas conforme a técnica, grau de dificuldade, equilíbrio, segurança do atleta e integração do volteador com o animal.
O esporte proporciona a seus praticantes a oportunidade de conhecer melhor as habilidades do cavalo, beneficiando o desenvolvimento do ser humano no que diz respeito à integração entre cavalo e volteador, estabelecendo um laço de confiança entre o atleta e o animal.
Algumas regras Para melhor execução das acrobacias, os atletas devem trajar uniformes "collants". A vestimenta não pode, de forma alguma, comprometer a segurança dos competidores ou dificultar o julgamento dos exercícios. O número que identifica o participante na competição deve ficar ao lado direito, na perna ou no braço do volteador. O vestuário do Lunger deve harmonizar com o restante da equipe.
O piso da arena deve ser de material macio e elástico e, em caso de competições indoor, a altura do teto deve ter, no mínimo, 5 metros. Os juízes são colocados sobre um tablado, a cerca de 50-60 centímetros acima do solo, para que tenham uma boa visão da arena, já a mesa do júri deve estar a pelo menos 14 metros do centro do círculo da guia.
Os equipamentos são bastante característicos e devem ser utilizados no estado de fabricação original, tais como: cabeçada com focinheira e bridão (largura mínima de 14mm); duas rédeas fixas; chilão de volteio, manta e barrigueira. A guia e o chicote são específicos para Volteio.
Não há raça de cavalo específica para a prática do Volteio. Geralmente, são indicados os cavalos de maior porte, por terem que carregar até três cavaleiros juntos - caso de competições por equipe. Mas, é fundamental que o cavalo seja dócil, forte e necessariamente calmo, pois atuará com música e presença de público. No Brasil, Cavalo Lusitano é bastante utilizado, mas há grande preferência pelo BH, tanto por sua altura quanto pelo porte.
CBH Open de Volteio - Etapa II - às 10h (picadeiro coberto)
Sociedade Hípica de Campinas
Veja um pouco do Volteio internacional